Akira x Matsumoto

Aquele definitivamente tinha sido um dos dias mais cansativos do loiro. Nunca tinha escutado tanta gente falar bobagem em um dia só, pelo menos não fora da casa de seu pai. Ao finalmente chegar na porta de seu quarto, girou a maçaneta uma só vez, abrindo-a. A porta não estava trancada, e só então lembrou que não estava sozinho. Girou os olhos brevemente, adentrando o quarto com uma expressão fechada, buscando com o olhar o seu colega. Matsumoto? Certo, aquele era o nome, e se não estava errado, era um de seus colegas de turma.

"Apesar da tarde cansativa,Takanori ainda tinha um pouco de animação, afinal, o lugar era lindo, o deixava inspirado e um pouco agitado por não costumar sair de casa. Após o encerramento de tudo, ele se encaminhou para o novo quarto, ainda não conhecia o garoto que dividiria o quarto, e quando chegou, não havia ninguém, caminhando pelo quarto, largando o caderno sobre a cama e olhando tudo, estava curioso de como seria conviver ali. Parou assim que ouviu o barulho da porta, olhando para a figura um pouco estranha para si, mas, logo colocando os braços a frente do corpo, abaixando o rosto em uma breve referencia"
- Olá! Deve ser o Akira...Não?

Arqueou levemente a sobrancelha ao avistar o colega de quarto, finalmente tendo certeza de quem era. Fechou a porta antes de respondê-lo, retirando a chave do bolso e a trancando, jogando a mochila no chão, antes de se aproximar mais do outro rapaz, arqueando levemente a sobrancelha antes de repreendê-lo.
- Sorte sua ser eu. Com a porta aberta desse jeito, podia muito bem ser um maníaco, um ladrão ou um estuprador, quem sabe?

"Ficou a acompanhar os atos do outro somente com o olhar, vendo-o se aproximar de si, chegando a recuar um pouco e cruzar os braços a frente do peitoral, havia realmente esquecido de trancar a porta"
- Logo no primeiro dia?! Foi só hoje... Não exagere.

- Bela desculpa.
Havia achado engraçado o rapaz ter recuado um pouco, lembrou-se então que ele havia enfrentado Ryuuka mais cedo, aquilo seria interessante. Aproximou-se um pouco mais, curvando levemente o corpo sobre o outro sentado na cama, sorrindo de canto para o mais baixo.
- E se eu não for o Akira?

"Conforme ele se aproximava, ficava a recuar, era quase automático fazer isso. Sentou-se sobre a cama e me encolhi um pouco, tateando os edredons e pegando o caderno, batendo com ele contra a cabeça do estranho, logo subindo na cama e desviando dele, saindo de cima do colchão, desviando o olhar"
- Pare de tentar me assustar. Você é o Akira!

O olhar acompanhou as mãos do mais baixo procurando por algo sobre a cama, e o que veio a seguir o tirou completamente do sério. A expressão do loiro se fechou completamente, afastando-se da cama e passando a mão sobre o local que o outro havia batido brevemente, não estava doendo, mas foi o suficiente para deixá-lo com raiva. Novamente se aproximou do outro, esticando uma das mãos e a colocando sobre o tórax do outro rapaz, usando da sua força para empurrá-lo contra a parede, aproximando o rosto perigosamente do alheio, pressionando-o contra a superfície fria.
- Se eu fosse você, desejaria nesse momento que eu não fosse o Akira.

"Ficou em um canto do quarto, abraçado ao caderno, cuidando aquele garoto tão estranho, mas, ele voltou a se aproximar, desta vez mais serio, o deixando com um leve medo, mesmo que se negasse a demonstrar. O menor era empurrado contra a parede, se encolhendo completamente, deixando os fios dos cabelos descoloridos caírem a frente do rosto, colocando uma das mãos sobre o ombro dele e tentando empurra-lo, afasta-lo um pouco"
- Me desculpe, você está próximo demais...

Sentia a mão alheia o empurrar, e aplicava mais força contra, o impedindo de afastar-se dali. Um sorriso surgiu no canto dos lábios de Akira, levando uma das mãos ao queixo alheio, forçando o mais baixo olhar pra si, analisando por alguns segundos a face alheia.
- Devo dizer uma coisa... Sabia que fica uma gracinha todo acuado desse jeito?

"Virou o rosto, não conseguindo empurra-lo para longe de si, passando a desistir de faze-lo depois de alguns segundos. A mão do outro foi ao queixo do menor, o obrigando a erguer a face em direção ao loiro, aquelas palavras foram o suficiente para deixar as bochechas do mesmo em uma coloração meio rubra pela vergonha, voltando a tentar virar o rosto e tira-lo de perto de si"
- Deixa de ser idiota! Você tem gostos estranhos.

-Na verdade eu tenho sim.
Riu baixo, deixando que a mão se soltasse um pouco do queixo alheio, deslizando os dedos pelo pescoço do mais baixo, adorando vê-lo daquela forma. Pressionou um pouco os dedos sobre o pescoço alheio, deixando que os lábios se aproximassem um pouco mais dos semelhantes, prendendo o inferior do mais baixo entre os dentes, puxando-os brevemente, antes de voltar a falar.
- Nunca mais ouse me bater. Estamos entendidos?

"Takanori estava com um pouco de medo, tentando se manter calmo e afastar o outro de si, estava próximo demais, nem os próprios familiares se aproximavam assim, era desconfortável. Engoliu ao seco, sentindo os dedos do outro serem pressionados contra seu pescoço e logo os lábios que se aproximavam,prendendo o lábio inferior do menor e o puxando, lhe causando certo arrepio e um pouco de raiva, desviando o olhar e logo virando o rosto, sussurrando"
- Tudo bem, só fique em uma distancia agradável de mim

- Ah, mas essa distância está tão agradável...
Disse em meio à um riso debochado, ousando em mordiscar a orelha do menor quando o mesmo virou o rosto, só então se afastando, seguindo até a cama onde antes o mais baixo estava, se jogando ali, retirando o maço de cigarros do bolso, pegando um deles ali, acendendo-o e levando-o aos lábios, tragando o vício, antes de voltar a falar.
- Acho que vamos nos dar bem... O que acha, bonitinho?

"A vergonha simplesmente tomou conta do menor ao sentir o outro mordiscar-lhe a orelha, ficando completamente sem jeito, tanto que nem se moveu muito assim que ele se afastou, aos poucos, atirando o caderno sobre a outra cama, cobrindo o rosto com as mãos durante alguns segundos, caminhando até a cama que havia atirado o caderno, se sentando ali"
- Acha? Vamos ter alguns probleminhas as vezes, por você ser estranho. E...Bonitinho? É Matsumoto. Sem bonitinho, Akira!

- Estranho? Eu? O que eu tenho de estranho, hein, bonitinho?
Ignorou completamente o que o outro havia falado sobre chamá-lo pelo nome, fitando-o pelo canto dos olhos por alguns segundos, enquanto fumava calmamente, soltando a fumaça branca, observando-a se dissipar pelo ar, como se fosse a coisa mais interessante do mundo.

"O menor bufou de leve, pegando uma caneta que deixava nas molas do caderno, abrindo o mesmo enquanto retirava os sapatos com os pés mesmo, colocando-os sobre a cama sem se importar, passando a escrever algumas frases aleatórias nas folhas e até na capa, resmungando alguns palavrões antes de voltar a falar"
- Você tem gostos estranhos, Akira. E se você roncar, vou atirar meu caderno em você.

Retirou o celular do bolso da calça, checando algumas mensagens, sorrindo levemente ao fazê-lo, mas acabou rindo baixo ao ouvir o outro calouro, negando com a cabeça, voltando a olhá-lo.
- Você mal me conhece pra saber dos meus gostos.

- Já conheço o suficiente para dizer que você é louco!
"O menor até choramingou baixo depois de falar, fechando o caderno e o atirando no chão junto com a caneta, olhando para o teto enquanto deslizava as unhas sobre os fios dos cabelos, olhando as pontas de algumas mechas"
- Akira, você é um calouro também?

Arqueou a sobrancelha o ver o caderno do outro ser jogado no chão, não se dando ao menos ao trabalho de responder quem era o louco por ali. Apenas deu de ombros, retirando o cigarro dos lábios, usando a parede para apagá-lo, arremessando a bituca na lixeira ali perto, só então respondendo o outro.
- Sou sim, de música, como você.

"Suspirou, me encostando completamente no travesseiro, ajeitando os próprios cabelos e colocando alguns fios para trás da orelha, tinha que cortar novamente, estava ficando longo demais já. Olhou para ele de canto, sussurrando um pouco curioso e ate mesmo sem jeito"
- Mas...Você não se sente meio nervoso e deslocado aqui?

- Hn... Na verdade... Não.
Franziu levemente o cenho, espreguiçando-se sobre o colchão macio, suspirando no ato, voltando a fitar o mais baixo com um sorriso de canto nos lábios.
- Você se sente assim, é?

- Um pouco...Só as vezes, as pessoas são meio, tensas, e você é o segundo que eu achei assim.
"O menor riu baixo e com certa timidez, cobrindo os lábios com a ponta dos dedos e olhando para o teto, estava um pouco distraído, mais a vontade e relaxado do que no começo, talvez não fosse tão difícil se acostumar"
- Estou com fome, tem algum doce?

- Pela cena que vi de manhã, já imagino quem seja o primeiro da lista.
Riu baixo, se lembrando do amigo com o mais baixo de manhã. Revirou os olhos ao ouvir a pergunta que se seguiu, respondendo simplista, e até um tanto rude.
- E eu tenho cara de dono de bomboniere por acaso?

- Ignore! Vocês me assustam o suficiente.
"Choramingou, logo se sentou sobre a cama, levando a mão a barriga, suspirando, a fome era grande por não ter se alimentado direito quando teve a chance, afinal, não costumava comer muito e dividir os horários"
- Por favor...Eu to morrendo de fome, Akira! Eu não comi nada!

- Você é assustadinho demais pra sua idade, bonitinho.
O olhar acompanhou o outro, e suspirando e tentando ignorar o que já estava começando a chamar de birra do colega de quarto, apenas aconchegou-se sobre a cama, fechando os olhos, voltando a respondê-lo.
- Quer que eu faça o que? Não sou cozinheiro, não sou sua babá e nem faço mágicas.